Disfagia é um termo médico que significa “dificuldade de engolir”, caracterizado por um esforço maior que o normal para transportar alimentos da boca para o estômago. Bastante comum entre idosos, pode causar desidratação, pneumonia por aspiração, desnutrição e até morte.
Em alguns casos, é considerado um sintoma de algum outro problema, mas também pode ser uma condição anormal de saúde por si só. Além disso, a disfagia também tem impactos sociais e emocionais; já que, quando o idoso começa a apresentar problemas de deglutição, muitas vezes pode preferir se isolar, comprometendo seu envelhecimento saudável.
Existem dois tipos de disfagia:
- Disfagia Alta, ou Disfagia Orofaríngea: Este tipo de disfagia ocorre na garganta ou na boca e pode ser causada por fraqueza na língua decorrente de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou também pela dificuldade de o organismo produzir saliva, elemento fundamental para a perfeita deglutição.
- Disfagia Baixa, ou Disfagia Esofágica: ocorre no esôfago por conta de uma irritação ou bloqueio que impede o alimento de passar. Sua resolução, geralmente, é por meio de procedimento cirúrgico.
Conheça as principais causas e fatores de risco da disfagia
A disfagia é uma situação muito comum em pacientes com acidente vascular cerebral e demência. Isto porque estes problemas podem afetar áreas do cérebro que controlam a deglutição. Estudos apontam que até 45% dos pacientes com demência e até 64% dos pacientes que sofreram AVC apresentam algum grau de disfagia.
No caso de pacientes com idade avançada, dados da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) mostram que a condição chega a acometer até 30% dos idosos internados em hospitais e até 68% dos idosos que vivem em lares especializados.
Entre os fatores associados estão a queda na diferenciação do paladar e do olfato, baixa na produção da quantidade de saliva e alterações motoras sutis.
Outras condições que causam disfagia incluem: paralisia cerebral, mal de Parkinson, doença de Lou Gehrig, esclerose múltipla, traumatismo craniano, miastenia grave, paralisia supranuclear progressiva, doença de Huntington, esclerose lateral amiotrófica (ELA), refluxo gastroesofágico, alergias a comida, divertículos faríngeos, esofagite eosinofílica, fissura no lábio e no palato, boca seca (xerostomia), estenose esofágica, entre outros.
Segundo a OPAS, os principais sintomas e sinais do problema são:
- Sufocamento enquanto come
- Engasgos ou tosse ao engolir
- Rouquidão
- Azia frequente
- Alimentos ou ácido estomacal na garganta
- A sensação de sentir a comida presa no peito, garganta ou atrás do esterno
- Perda de peso inexplicável
- Pneumonia frequente
- Incapacidade de controlar a saliva na boca
- Dificuldade em iniciar a deglutição ou incapacidade de engolir
- Dor ao engolir
- Dificuldade em controlar a comida na boca
- Trazer comida de volta; conhecido como regurgitação
Como tratar a disfagia?
Se o problema acometer um idoso cognitivamente saudável, a melhor solução é buscar ajuda médica que indicará sessões de fonoaudiologia nas quais serão realizados exercícios específicos para a retomada das funções normais.
Já quando acontece com um portador de doença degenerativa, o acompanhamento e feito com uma equipe multidisciplinar, composta por médico, fonoaudiólogo e nutricionista. Em casos mais extremos, é necessário o uso de sonda.
Dicas simples e importantes de cuidados com pacientes com disfagia
Ambiente e Postura:
- os alimentos devem ser oferecidos em local tranquilo e sem distrações, mesmo conversas;
- preferencialmente, no caso de idosos, no momento da alimentação, estes devem estar sentados com uma leve inclinação da cabeça.
Adaptações na dieta:
- as refeições devem ter porções menores e fracionadas ao longo do dia;
- os alimentos devem ser leves, macios e, se possível, pastosos;
- os líquidos devem ser mais espessos, pois isso diminui o risco de aspiração;
- não oferecer alimentos duros e secos, como bolachas de água e sal e farofa.
Formas de alimentação:
- procure encostar o garfo ou a colher na língua, pois isso facilita o desencadeamento do reflexo da deglutição.
Se você apresentar este problema ou conhecer alguém nestas condições, um médico deve ser consultado imediatamente. Caso haja dificuldade para respirar devido à obstrução causada pelos alimentos, procure, imediatamente um Pronto Socorro.